domingo, 7 de março de 2010

Orlando Zapata Tamayo, um caso de manipulação política

O Noticiário da Televisão Cubana mostrou, na emissão de maior audiência, de 1º de março, depoimentos dos médicos que atenderam a Orlando Zapata Tamayo, e da mãe, Reina Tamayo, que reconheceu o atendimento dado ao filho pela instituição sanitária. O Granma Internacional oferece a a tradução da transcrição dessa reportagem da jornalista Gladys Rubio.

Jornalista: "A morte do recluso Orlando Zapata Tamayo em 23 de fevereiro, no hospital "Hermanos Ameijeiras", de Havana, devida a mais de 80 dias de jejum voluntário, provocou críticas ao governo cubano por parte de algumas agências de notícias e certos governos, que acusam as autoridades da Ilha de não ter feito coisa alguma para salvar a vida dele.

Berta Antúnez Perne, membro do grupo contrarrevolucionário: "Assassinaram um homem pouco a pouco".

Ramón Saúl Sánchez, cabecilha terrorista fixado nos EUA: "Recebeu maus-tratos e eventualmente morreu, outro crime do regime de Cuba".

Jornalista: "Adotou e foi instigado a tomar uma decisão que o levaria à morte: uma greve de fome, em troca de um fogão, telefone e televisão na cela. O jejum de Zapata Tamayo começou em 8 de dezembro de 2009 e morreu em 23 de fevereiro".

Dr. Gimel Sosa Martín, do Hospital Nacional de Internos: "O paciente está tendo um conjunto de complicações próprias da inanição prolongada, por passar muito tempo sem ingerir alimento algum".

Jornalista: "Fica demonstrado que um jejum prolongado deixa a ciência de mãos atadas".

Dr. Jesús Barreto Penié, mestre em nutrição clínica: "Nesse caso, a gente pode manter o paciente mais ou menos bem alimentado aplicando técnicas de nutrição artificial, quer seja por via parenteral, mas isso não é suficiente para garantir a sobrevivência a longo prazo, ao não se utilizar a via do tubo digestivo, fundamentalmente, os intestinos delgado e grosso, que têm funções vitais que são precisamente garantidas pelo contato com os alimentos ingeridos.

Quando uma pessoa passa dias ou semanas sem alimentos, o intestino deixa de funcionar, e uma dessas funções é a imunológica. O intestino é o órgão imunológico mais importante e o que permite essa função imunológica é o contato com os alimentos, daí que provoque atrofia da mucosa intestinal, estreiteza do intestino, e inclusive, acaba assemelhando-se a quase um papel e aí aparecem as complicações, como hemorragias digestivas, perfurações nos intestinos, e o mais perigoso e mais sério, que pode ser a causa de morte de muitos pacientes, começam a proliferar as bactérias que coabitam no intestino delgado e, particularmente, no grosso, e a passar para o sangue, ocasionando múltiplas infecções, que matam o paciente."

Licenciada María Esther Hernández, chefa do Departamento de Psicologia do Ministério do Interior, na província de Camagüey: "Explicamos-lhe quais as consequências de sua decisão e o perigo que corria sua vida. Explicamos-lhe outras maneiras de encontrar solução de sua situação, outras vias de comunicação e ele sempre teve a mesma conduta".

Dr. Dailé Burgos, intensivista do Hospital Nacional de Internos: "Nesse centro se continuou o tratamento médico iniciado a Zapata no Hospital "Amalia Simone", de Camagüey. Este paciente esteve nas salas abertas e depois foi transferido para a unidade de cuidados progressivos e a de cuidados intensivos, pelo depauperamento ocasionado pelo seu jejum voluntário, que o levou à inanição, e posteriormente, para a nutrição artificial, parenteral, isto é, nutrição por via venosa, já que o paciente se recusou a ingerir alimentos. Neste hospital de Camagüey, deu-se acompanhamento de perto, inclusive com o apoio psicológico para adverti-lo do risco que corria sua vida com este jejum prolongado, e considero que, com certeza, foi bem acompanhado seu caso e bem tratado, até com remédios de última geração, quanto à alimentação e bem acompanhado pelas unidades de terapia desse centro".

Dr. Mariano Izquierdo, chefe dos Serviços Médicos DEP-CH: "O paciente por decisão própria não quis alimentar-se. Quando isto acontece, o organismo começa a auto-agredir-se, isto é, a pessoa começa a consumir-se porque busca, a partir do seu próprio organismo, como resistir ante essa falta de alimento por via oral. Isso foi o que lhe aconteceu a Orlando, seu organismo começou a esgotar as proteínas, as gorduras, e depois de 47 ou 48 dias sem ingerir alimentos é muito difícil voltar a recuperar o paciente por via oral".

Jornalista: "Nestas imagens aparece Reina Luisa Tamayo, mãe de Orlando Zapata, acompanhada dos oficiais durante as múltiplas visitas que realizou ao filho, no Hospital Nacional de Internos, onde foi atendido com todo o rigor médico. Segundo explicam os especialistas entre o time médico e a família de Zapata Tamayo estabeleceu-se um clima de cooperação".

Dr. Gimel Sosa Martín, do Hospital Nacional de Internos: "Do início, a relação com a família sempre foi boa, uma relação afetuosa, amável, a família sempre cooperou conosco, com os médicos, não só do hospital, mas também com todos os médicos que colaboraram neste caso".

Imagem e voz de Reina Tamayo, mãe de Orlando Zapata, frente ao pessoal médico: "Bom, muito obrigada... nós temos muita confiança... temos visto a preocupação e tudo o que estão fazendo para salvá-lo".

Jornalista: "Esta é uma conversação telefônica entre Yaniset Rivero, membro da organização contrarrevolucionária Diretório Democrático Cubano, com sede em Miami, e o contrarrevolucionário Juan Carlos González Leyva, membro de um grupelho em Cuba. Na gravação torna-se evidente que a vida de Orlando Zapata não lhes preocupa, seu verdadeiro interesse não é que a mãe acompanhe o filho, senão que priorize a campanha para desacreditar o governo cubano":

JCGL: Minha mãe ensinou-me que um cachorro tem quatro patas e busca um só caminho.

YR: Quem lhe deu ordem ao senhor para que essa carta que eu lhe disse para...

JCGL: Sim, sim, mas ela já o viu ontem , o viu, e ela não vai curá-lo...ela ou decide a conferência coletiva ou decide ir a vê-lo, você compreende, ela tem que decidir.

YR: Não, mas por isso é necessário que você fale com ela.

JCGL: Eu vou vê-la esta tarde e vou-lhe falar claramente porque eu sou um camponês bruto: olha, ou você aceita a coletiva ou vai visitá-lo.

Jornalista: "A campanha organizada contra o governo cubano tinha como objetivo acusar as autoridades da Ilha de não oferecer atendimento médico a Orlando Zapata. Por tal motivo, a contrarrevolução estava decidida a manipular qualquer prova do contrário e a ocultá-la. Por isso, as palavras da mãe de Orlando Zapata sobre o atendimento esmerado que seu filho estava recebendo jamais foram divulgadas. Essa verdade não era conveniente para a campanha de difamação contra Cuba".

Voz de Reina Luisa Tamayo: "Vieram-nos buscar tarde para participar da reunião com os especialistas que vieram, para analisar a saúde de Zapata e nos explicaram que a situação era muito crítica, crítica, que estavam fazendo todo o possível para salvar Zapata, mas que cada dia se agudiza algo mais no seu organismo, já tinham até preparado um rim para colocá-lo caso que colapsasse, que eles estavam lutando mas a situação era crítica, crítica".

Jornalista: "A seguir, outra prova de que Orlando Zapata recebeu atendimento médico".

Voz de Reina Luisa Tamayo: "Pude ver os médicos que estavam ali antes de eu entrar , estavam os médicos do Centro de Pesquisas Médico-Cirúrgicas (Cimeq), os melhores médicos tentando salvá-lo...".

Jornalista: "Com exeção de seus familiares e dos médicos, nenhum de seus aliados nas atividades políticas contra o governo de Cuba foi ao hospital para pedir a Orlando Zapata que abandonasse o jejum, ninguém lhe pediu que desistisse porque sua vida corria perigo, essas imagens não existem".

"No mar das Antilhas, uma ilha aparece forte e bela, com uma história de respeito pelos seres humanos, os de seu país e os do mundo todo. Não aceita chantagens nem mentiras. Sempre amando, mas com o punho prestes para defender a verdade e a vida".

(Vídeo disponível em www.granma.cu e www.CubaDebate.cu )

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