domingo, 24 de janeiro de 2010

PROGRAMAÇÃO CASA CUBA - 2010

PROGRAMAÇÃO CASA CUBA - SÃO LEOPOLDO - 2010


Dia 26/01
14h – Abertura da Casa Cuba e 2ª Reunião Pública Mundial de Cultura
Ricardo Haesbaert – Associação Cultural José Martí - RS
Ary José Vanazzi – Prefeito de São Leopoldo
Ismael González – Coordenador Alba Cultural e Chefe da Delegação Cubana
Alfredo Manevy – Ministro da Cultura Interino - Brasil
Local: Teatro Municipal
15h – Debate: A Diversidade e a Identidade Cultural Latino Americana
Mediador: Zé Martins – Presidente do CODIC – FAMURS
Debatedores: Vicente Feliú – Canto de Todos – En Defensa de La Humanidad - Cuba
Eduardo Balán - El Culebrón Timbal – Argentina
Wal Mayans – Tierra Sin Mal – Paraguay
Dorvalino Refej – Professor Kaigang – Brasil

Shows
23h Tonda y Combo – Salsa, Tinba e Latin’Jazz (Baile na tenda da casa Cuba) ( POA)
22h Vicente Feliú, Eduardo Sosa e Tony Ávila (CUBA),
21h Liliana Herrero (ARGENTINA)
20h Quartcheto/Raul/Adriana Defentti (POA)
21h Fernanda Kruger (SÃO LEOPOLDO)


Dia 27/01
15h – Debate: Os 50 anos da Revolução Cubana e os desafios da esquerda Latino Americana hoje.
Mediadora: Vereadora Ana Affonso – PT- São Leopoldo
Debatedores: Valter Pomar – Secretário Executivo do Foro de São Paulo
Ismael González- Ministério da Cultura de Cuba
Carlos Baráibar – Deputado Federal da Frente Ampla – Uruguai
17h – Painel: Crise Mundial, Conjuntura e Integração Latino-Americana
Dr. Osvaldo Martinez – Diretor do Centro de Pesquisa de Economia Mundial - Cuba
Shows
22h Murga Agarrate Catalina (URUGUAI)
21h Daniel Viglietti (URUGUAI)
20h Pedro Munhoz, Zé Martins e Grupo Tempero Verde (RS)
19h Luciano Alves (SÃO LEOPOLDO)

Dia 28/01
14h – Debate: 50 anos de um bloqueio criminoso, e a violação dos Direitos Humanos dos 5 patriotas cubanos
Mediador:Ricardo Haesbaert – Associação Cultural José Martí - RS
Debatedores:Paulo Vizentini – Doutor em Relações Internacionais - UFRGS
Olga Saranueva Arango - Familiar dos 5 patriotas presos nos E.U.A.
José Prieto Cintado – ICAP – Instituto Cubano de Amizade entre os Povos
Ligia Guevara – União Nacional de Juristas de Cuba
17h – Vigência do pensamento Martiano na América Latina hoje.
Homenagem a José Martí no seu 157 aniversário de nascimento.
Ruth Ignácio – Socióloga, professora da faculdade de Ciências Sociais da PUC-RS
Ismael González – Coordenador Alba Cultural – Ministério da Cultura de Cuba
Shows
22h Obsession (CUBA)
21h Tonho Crocco (POA)
20h Realidade Paralela (POA)
19h Melomaníacos (SÃO LEOPOLDO)

Dia 29/01
14h – Debate: Os desafios dos governos progressistas Latino Americanos na nova conjuntura internacional.
Mediador: Ary José Vanazzi – Prefeito de São Leopoldo
Debatedores: Pepe Mujica – Senador e Presidente eleito do Uruguai
Carlos Trejo Sosa - Cônsul-Geral de Cuba no Brasil
Álvaro Garcia Linera – Vice-Presidente da Bolívia
Marco Aurélio Garcia – Assessor Especial da Presidência da República – Brasil
17h A escalada da militarização imperialista contra a América Latina e Caribe
Lourdes Cervantes – OSPAAAL – Cuba
Socorro Gomes – Presidenta do Conselho Mundial da Paz - Brasil

Shows de Encerramento: Carnaval Social Mundial
23h Tonda y Combo – Salsa, Tinba e Latin’Jazz ( Baile na tenda da Casa Cuba)
22h Escola de Samba Império do Sol (SÃO LEOPOLDO)
21h Maracatu Truvão (POA)
20h Sarau Cantos do Mundo (POA)
19h Midian (SÃO LEOPOLDO)


Mostra Cinema Cubano:

Teatro Municipal
Sempre ás 10h
26 de janeiro: “Roble de Olor”, de Rigoberto López
27 de janeiro: “Memorias del Subdesarrollo”, de Tomás Gutiérrez Alea
28 de janeiro: “Tres veces Dos”, de Pavel Giroud, Lester Hamlet e Esteban Insausti.
29 de janeiro: “Vampiros en la Habana”, Juan Padrón
Instituto Cubano de Arte e Cinema

Exposição Fotográfica de Artistas Cubanos:

Galeria de Arte Liana Brandão
Do dia 25 de janeiro ao dia 15 de fevereiro.
Sempre das 14h ás 20h
Fototeca de Cuba

Exposição de Fotos do MST: exposição coletiva.

Fotogaleria do Centro Cultural José Pedro Boéssio
Das 14h ás 18h
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - Brasil



Realização:

2º ENCONTRO MUNDIAL DE CULTURA

2ª. Reunião Pública Mundial da Cultura
ATIVIDADE DA PROGRAMAÇÃO DOS 10 ANOS
DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL
GRANDE PORTO ALEGRE

Local: Teatro Municipal de São Leopoldo/RS – Brasil
Informações: 55 51 3592.1943 – www.saoleopoldo.rs.gov.br

DIA 26 DE JANEIRO (TERÇA-FEIRA)

13h30min – Abertura da RPMC
- Alfredo Manevy – Secretário Executivo do Ministério da Cultura
- Fernando Rojas – Vice-Ministro da Cultura de Cuba
- Ary Vanazzi – Prefeito de São Leopoldo

Mesa-Redonda: Agenda 21 da Cultura – Panorama Mundial da Gestão Local
15h (1ª. Parte)
A AGENDA 21 DA CULTURA - APRESENTAÇÃO
Raquel Diana (Representante da Rede Interlocal de Cultura) e Vitor Ortiz (Secretário da Cultura de São Leopoldo/RS, membro do grupo de redação da Agenda 21 da Cultura aprovada em Barcelona 2004)
16h (2ª. Parte)
OS DESAFIOS DOS CONSELHOS DE CULTURA PARA A CONSOLIDAÇÃO DAS POLÍTICAS CULTURAIS

Análise e debate da atuação dos conselhos de cultura e de outros organismos de representação civil e participação social na definição das políticas públicas.
- Gustavo Vidigal - Secretário Geral do Conselho Nacional de Política Cultural - CNPC
- Marcelo Veiga - Coordenador-Geral do Conselho Nacional de Política Cultural - CNPC
- Dulce Lamego - Membro representante de Dança no Conselho Nacional de Política Cultural - CNPC
- Osvaldo Viegas - Presidente do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais - CONECTA

18h - CONFERÊNCIA de David Harvey:


O inglês David Harvey (1935) é formado na Universidade de Cambridge. Atualmente é professor da City University of New York, onde trabalha com diversas questões ligadas à geografia urbana. Entre suas obras, encontram-se A condição pós-moderna (São Paulo: Loyola, 1992), O novo imperialismo (São Paulo: Loyola, 2004), Espaços de esperança (São Paulo: Loyola, 2005) e A produção capitalista do Espaço (São Paulo: Annablume, 2005). Recentemente, a revista IHU, da Unisinos, publicou entrevista com Harvey.

20h - PROGRAMA ESPECIAL
Lançamento da Rede Audiovisual Ibero-Americana (RAIA) e estréia latino-amercana do web documentário Ctrl-V::Vídeo Control (DiverCult)

Shows da CASA CUBA:
19h - Fernanda Kruger Trio (São Leopoldo);

20h – 4tcheto,Raul Ellwanger e Adriana Defentti (Porto Alegre);

21h - Liliana Herrero (Argentina);

22h - Eliades Ochoa (Cuba).
DIA 27 DE JANEIRO (QUARTA-FEIRA)

13h30min – CONFERÊNCIA de Emir Sader:



O brasileiro Emir Sader é graduado em Filosofia, realizou Mestrado em Filosofia Política e doutorado em Ciências Políticas, pela Universidade de São Paulo (USP). Na instituição, foi professor de política e filosofia. Também foi docente da Universidade de Campinas (UNICAMP) e da Universidade do Chile. Professor aposentado da USP, e ex-presidente da Associação Latino-Americana de Sociologia, Sader dirige o Laboratório de Políticas Públicas (LPP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Membro do conselho editorial do periódico inglês New Left Review.

Mesa-Redonda: A Convenção da Diversidade Cultural e os Governos Locais
15h (1ª. Parte)
OS GOVERNOS LOCAIS DIANTE DA CONVENÇÃO
-Américo Córdula – Secretário da Identidade e da Diversidade Cultural - MinC
-Daniel Zen – Secretário da Cultura do Estado do Acre e Presidente do Fórum Nacional dos Secretários Estaduais de Cultura
-Márcio Caetano – Secretário de Cultura da cidade de Fortaleza e Vice-Presidente do Fórum Nacional dos Secretários Municipais de Cultura
-Luís Repetto – Ex-Ministro da Cultura do Peru, especialista da área de patrimônio cultural e museus, professor da PUC-Lima
17h (2ª. Parte)
EXPECTATIVAS COM A ALBA E O MERCOSUL
-Ismael González – Coordenador da ALBA Cultural/Cuba
-Daniel Gonzalez – Ex-Diretor da OEI no Brasil e Representante da Red Mercosur Cultural
18h – PAINEL ESPECIAL
O Sistema Nacional de Cultura e a II Conferência Nacional de Cultura do Brasil
- JOÃO ROBERTO PEIXE – Coordenador do Sistema Nacional de Cultura/ Ex-Secretário de Recife
- JOÃOZINHO RIBEIRO - Coordenador Executivo da II Conferência Nacional de Cultura/Ministério da Cultura do Brasil/ Ex-Secretário de Cultura do Maranhão

19h – PAINEL ESPECIAL
Estratégia para a expansão do parque exibidor brasileiro
-GLAUBER PIVA - Ex-Secretário Nacional de Cultura do PT, atual diretor da Agência Nacional de Cinema – ANCINE

Shows da CASA CUBA:

19H Luciano Alves (São Leopoldo);

20h Pedro Muñoz (RS);

21h Vicente Feilú (Cuba);

22h Daniel Viglietti; (Uruguay)

23h Agarrate Catalina (Uruguay).








DIA 28 DE JANEIRO (QUINTA-FEIRA)
13h30min – Debate Aberto: Uma plataforma local para a diversidade cultural
PROPOSTAS DE DIRETRIZES GERAIS
-Dália Rosa – Coordenadora Adjunta da Mesa de Desenvolvimento Cultural de El Salvador
- Fernanda Martins – Diretora do Instituto DiverCult/ Barcelona - Espanha
-Norma Paula – Coordenadora da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura/ Fortaleza/CE
-Jéferson Assunção – Membro da Coordenação Executiva Rede de Gestores Culturais da Região Metropolitana e Secretário da Cultura de Canoas/RS

16h – Painel:
O PROGRAMA MAIS CULTURA E A AGENDA 21 DA CULTURA: DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO E QUALIFICAÇÃO DE ESPAÇOS CULTURAIS
- FABIANO DOS SANTOS PIÚBA – Diretor Nacional do Livro, Leitura e Literatura do MinC/ Secretário Substituto da Secretaria de Articulação Institucional do MinC
- JOSÉ VIRGÍLIO LEAL DE FIGUEREDO – Presidente do Instituto Arte no Dique/Santos-SP
- ALEXANDER DELIJAICOV – Arquiteto e Professor do Depto. de Projetos da FAU/USP/ autor do Projeto Original do Centro Educacional Unificado – CEU de São Paulo, gestão Martha Suplicy

17h – CONFERÊNCIA de Aníbal Quijano:

O peruano Aníbal Quijano, sociólogo, doutor pela Universidade Nacional Maior de San Marcos, Lima, Peru. Doutor honoris causa da Universidade Central da Venezuela, Caracas. Professor do Departamento de Sociologia da Binghamton University, Nova York. Membro do Colóquio Internacional de Economia Mundial. É autor de “Os fantasmas da América Latina”, ensaio publicado no livro Oito visões da América Latina, Editora SENAC, 2006.
Shows da CASA CUBA:
19H Melomaníacos (São Leopoldo);
20h Realidade Paralela (Porto Alegre);
21h Tonho Crocco (Porto Alegre);
22h Obsesión (Cuba).

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

CUBA : UM SOCIALISMO SUSTENTÁVEL

Havana, (Prensa Latina)

Cuba inicia 2010, outro ano que se vislumbra difícil para a economia
mundial, sobre a base de medidas articuladas em 2009, como estratégia
de prevenção, encaminhadas a conseguir o maior aproveitamento possível
dos recursos com que conta o país.

Com a linha traçada por seu prócer José Martí de que "tem que se fazer
devagar o que tem que durar muito", avançam os estudos com vistas a
introduzir as mudanças que fortaleçam o sistema social vigente
mediante a atualização do modelo econômico cubano.

Na linha dos investimentos, os planos levados a cabo têm como
principal objetivo criar a base produtiva na qual se desenvolva o
socialismo sustentável, objetivo que levado em conta na hora de
contrair acordos de cooperação econômica e comercial durante o ano de
2009.

Cooperação e Comércio Internacional

O ano de 2009 abriu novas possibilidades no caminho da cooperação
ainda durante a crise econômica na qual se move hoje o mundo, e da
qual Cuba não está alheia. Durante esse ano a Ilha estreitou seus
vínculos com a Venezuela, país que se firmou como seu primeiro sócio
comercial, a China, a Rússia, o Brasil, o Vietnã e o Irã, e os retomou
com Portugal e Líbia, sem deixar de atender outros sócios
tradicionais.

Com a Venezuela o intercâmbio cresceu a 1 bilhão 499 milhões de
dólares com a execução de 107 projetos, e durante a sessão da Comissão
Intergovernamental em Havana, no mês de dezembro, aprovaram-se outros
285 acordos no valor de mais de 3 bilhões 161 milhões de dólares, cuja
materialização em 2010 contribuirá para o desenvolvimento econômico de
ambos os países.

Os planos referem-se às áreas de esporte, saúde, alimentação,
educação, mineração, siderurgia, agricultura, entre outras de
interesse e benefício mútuo.

Por sua vez, Cuba fortaleceu sua cooperação com a China em 2009, ano
em que assinaram acordos financeiros, agropecuários, marítimos e de
comunicações, em ocasião da visita a Havana do presidente da
Assembleia Popular Nacional da China, Wu Bangguo.

Em particular, ambos os países chegaram a um amplo consenso sobre
temas de interesse comum, como o comércio bilateral e financiamento,
investimento mútuo e cooperação econômica e tecnológica, pela
combinação de ambas as economias em benefício de seus respectivos
povos.
A China, de fato, ratificou-se nos últimos quatro anos como o segundo
sócio comercial de Cuba e uma de suas principais fontes de doações.

As relações com o Brasil constituíram outro baluarte das relações
econômico-comerciais de Cuba com o exterior. De janeiro a setembro de
2009, o volume de exportações brasileiras a Cuba ascendeu a 61,8 por
cento de bens industrializados e 38,2 por cento de produtos básicos.

Enquanto isso, o Brasil importou da Ilha extratos biológicos para uso
medicinal (72,9 por cento do total) e cimento Portland (23,5 por
cento). Até setembro passado, cerca de 364 companhias brasileiras
efetuaram vendas para Cuba e 15 compraram de empresas cubanas.

Como mostra de um melhoramento em seus vínculos bilaterais, Moscou
outorgou um crédito a Havana de 20 milhões de dólares para adquirir
mercadorias russas. Ambas as partes acertaram também acordos
creditícios entre a corporação estatal russa Banco de Desenvolvimento
e Comércio Exterior e a companhia cubana Aviaimport para o
fornecimento de um avião TU-204SE e seus equipamentos correspondentes,
bem como um acordo geral de cooperação entre o fabricante de caminhões
russo KAMAZ e a empresa cubana Tradex.

A tradicional amizade com Hanoi se traduz em maiores níveis comerciais
e de cooperação. Durante o IV Fórum de Negócios Vietnã-Cuba, celebrado
em setembro, assinou-se um convênio emblemático para a produção de
arroz na Ilha no período 2009-2015, que busca ampliar a produção do
grão e diminuir as importações. Também assinaram acordos em transporte
e na indústria leve entre outros setores.

Em um esforço por ampliar e diversificar seus vínculos econômicos,
Havana reiniciou em 2009 a cooperação com Portugal sobre a base das
grandes potencialidades em turismo, biotecnologia, indústria
farmacêutica e energias renováveis.

Algo similar ocorreu com a Líbia, depois de 15 anos de vínculos
interrompidos com essa nação africana, enquanto com o Irã se
concluíram sete acordos para a exportação e importação de produtos e
cooperação econômica, encaminhados à aquisição de matérias-primas e à
elaboração de detergentes, resinas e bolsas plásticas.

Política Exterior

A visita de cerca de 40 chefes de Estado, quase a metade
latino-americanos ainda que não faltaram os africanos, chanceleres,
outras altas personalidades e até artistas de renome internacional
converteram, em 2009, Cuba despretensiosamente em uma enorme passarela
internacional.

No início do ano, a nação caribenha, ademais, ratificou a Convenção
Internacional para a Proteção das Pessoas contra os Desaparecimentos
Forçados e apresentou em Genebra seu relatório nacional ao Exame
Periódico Universal do Conselho de Direitos Humanos.

Depois de liderar o Movimento de países Não Alineados (MNOAL) desde
2006, Cuba entregou a presidência ao Egito, em julho passado, com uma
organização revitalizada que antes reuniu em Havana mais de 60
chanceleres e 142 delegações, 112 delas de países membros.

E como epílogo, Havana fechou 2009 como sede da Cúpula da Aliança
Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) na qual se confirmou
a vontade integracionista de seus membros.

A Estratégia

Com esses antecedentes os cubanos iniciaram o ano de 2010 que estará
igualmente cheio de desafios, especialmente no plano econômico. Na
passada sessão da Assembleia Nacional, celebrada no final de 2009, o
presidente cubano, Raúl Castro, assinalou que "é preciso caminhar para
o futuro, com passo firme e seguro, porque não temos direito a nos
equivocar".

Sob esse prisma, retoma-se o planejamento quinquenal da economia
nacional e concluem-se os trabalhos para traçar o período 2011-2015,
com vistas a submetê-lo em março à aprovação, em primeiro lugar, do
Conselho de Ministros.

A decisão de retomar o planejamento a médio prazo responde a uma
necessidade vital que tem o país, sobretudo no complexo período que
atravessa o mundo: a de excluir os riscos que derivam da improvisação
e da falta de integralidade no enfoque da economia, explicou Raúl
Castro diante do parlamento cubano.

O planejamento por quinquênios que aplicava Cuba desde os anos
sessenta foi interrompido nos noventa, quando Cuba teve que enfrentar
sozinha, sem o respaldo do desaparecido campo socialista, um
recrudescimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro dos
Estados Unidos que tenta render por fome e doenças o povo da Ilha.

As perdas que anualmente origina essa política hostil ascenderam a 96
bilhões de dólares até dezembro de 2008, desde sua implantação há 50
anos.

Não obstante, em que pese os fatores negativos aos quais esteve
submetida a Ilha, da mesma forma que muitas outras nações pela crise
global, mais os agregados pelo bloqueio, para os economistas cubanos
os resultados de 2009 são de grandes méritos.

O deputado Osvaldo Martínez, presidente da Comissão de Assuntos
Econômicos da Assembleia Nacional, informou diante do pleno
parlamentar que a economia cubana cresceu 1,4 por cento em 2009,
comparando-se com o saldo médio do crescimento latino-americano de 1,9
por cento, quando a nível mundial se registrou um decrescimento de um
por cento.

Como estratégia, o governo cubano traçou para 2010 centrar,
fundamentalmente, os novos investimentos naqueles projetos que gerem
rendimentos em divisas a curto prazo e substituam importações.

A respeito, o presidente Raúl Castro pontualizou na sessão legislativa
de fim de ano que "estamos investindo na criação da base produtiva que
será capaz de fazer sustentável o socialismo, garantia imprescindível
de nossa independência e soberania nacional".

Os investimentos se concentrarão, principalmente, no setor energético,
na indústria farmacêutica, na produção do níquel, no turismo e em
obras de infra-estrutura da ordem produtiva e social.

A origem desta medida radica em que a fatura petroleira, junto com a
importação de alimentos, representam as maiores despesas que o país se
vê obrigado a realizar anualmente.

Os serviços médicos, o turismo e o níquel seguem constituindo as
maiores fontes de divisas de que dispõe Cuba atualmente.

Os planificadores cubanos preveem um crescimento de 1,9 por cento em
2010, uma taxa definida por eles como modesta, mas que leva em conta a
instabilidade e incerteza que predominam na economia mundial, e que
também seu comportamento será rigorosamente acompanhado por dirigentes
e especialistas, caso seja requerido algum ajuste nos próximos meses.